É o fim de uma era em Angola, com a mudança histórica na Presidência do país, na sequência das eleições desta semana. A nação da África Austral deposita muita confiança na sua capacidade de produção e exportação de petróleo, com a China no papel de principal importador, refere Alex Vines, que lidera o Programa África do “think tank” britânico Chatham House (antigo Royal Institute of International Affairs), numa crónica publicada pela revista Newsweek, na sua edição online.
O Presidente cessante José Eduardo dos Santos deixa o poder após 37 anos. “E o que se segue vai ser significativo não apenas para Angola, mas para África e o resto do mundo, particularmente os países que dependem das vastas reservas de petróleo de Angola”, considera o analista, que também é professor na Universidade de Coventry.
A importância estratégica internacional de Angola é construída em torno do petróleo, conforme sublinha o académico. Muitas empresas petrolíferas internacionais operam em Angola, mas tem havido um declínio acentuado na procura norte-americana pelo petróleo angolano, pelo que Luanda está cada vez mais dependente dos mercados da China e de outros parceiros asiáticos.
Angola é hoje em dia o principal exportador africano para a China, com 99 por cento das suas exportações para o país asiático consistindo em produtos petrolíferos.